sexta-feira, 7 de agosto de 2009

tic tac...

tic tac...
tic tac...
O tempo fugiu de mim.
Não me deu tempo para parar, olhar, sentir...
tic tac...
tic tac...
O tempo esbarrou no relógio, desde então, ele, o tempo, se prendeu ao homem...
tic tac...
tic tac...
desde então estou presa a ele (ao relógio) !

O menino sabia!

O menino sabia que não podia saber, só não entendia o por quê?
Apesar de querer e insistir, ele sentia, não podia, não ia conseguir!
E ele perguntava:
Por que, por que, por quê?
Ninguém respondia. Alguém não o via e o menino ia sem saber...
Por que sentia, por que queria, por que não tinha.
Andou, caminhou, vagou, vagabundeou...
Vivia mas não sabia!
Ninguém dizia...
Sonhos, esperanças, ilusões pra que servem?
Casa, carro, comida...
O menino não tinha!
Ele queria, mas não sabia.
Ele sentia que podia, mas não conseguia.
Por que, por que, por quê?

Até que chegou o dia em que o menino cansou
Não mais procurou saber, muito menos entender.
Ele cresceu de mãos vazias
Com a cabeça cheia de nada
E no coração...
Ódio!

E o menino grande que nunca foi menino
Não reconhecia as pessoas, as via desde pequeno, mas não as compreendia.
Eram criaturas feias, estranhas, hostis...
E o homem que nunca foi menino
Sem saber que também era pessoa, transformou-se em criatura feia, estranha e hostil !